segunda-feira, maio 23, 2005

Aniversário.

Hoje foi meu aniversário. Pois é, foi meio que só mais um dia. Não vi amigos. O máximo que eu fiz foi jantar com meus pais e irmão. E mesmo assim o clima nem tava lá muito animado. Tivemos uma série de problemas na última semana. E apesar de tudo, eu continuei de bom humor. Meio estressada, mas sem pirar demais. Uma das primeiras vezes que eu to levando coisas sérias de uma forma tão light. E realmente, essa história de pessimismo não tá com nada. Não sei como eu vivi tantos anos em tantas sombras. E acho que esse foi meu grande presente de aniversário esse ano, conseguir abandonar um pouco da angústia existencialista que eu sempre carreguei.

Sim, os amigos fizeram muita falta. Mas a forma como passou, mal ou bem, foi uma escolha minha. Talvez eu precisasse de um dia meio introspectivo, meio sozinha, para entender um pouco mais de mim. Eu mudei muito nos ultimos tempos. E não tenho certeza de que tudo foi de uma forma positiva. Eu aprendi a controlar um pouco da intensidade que tantas vezes me sufocava. Mas isso veio com um preço; desapego a pessoas. Meus envolvimentos emocionais estão muito mais superficiais. Não lembro a última vez que chorei por alguém. Eu sou assim, desequilibrada. E às vezes mesmo encontrando um meio termo, esse me desagrada. Eu gosto mesmo de extremos.

E mais do que nunca, estou feliz com meus amigos. Realmente muito feliz. Acho que eu aprendi a respeitar as limitações de cada um. Não cobro mais nada de ninguém. E tento entender ao máximo posições alheias. E isso é suficiente para diminuir expectativas e deixar coisas mais tranquilas. Acho que esse é um dos grandes segredos. Isso funciona comigo, acho que porque no fundo eu acabo sendo muito individualista.

Analisando, foi só mais um dia hoje, mas foi um ano muito positivo.

quinta-feira, maio 19, 2005

Uma das primeiras vezes que eu consigo pensar em alguém com um sentimento mais maduro e menos lábil. Se é bom, só vou descobrir depois. Mas depois de muita porrada, eu não quero mais saber de quem não é do bem. Do bem no sentido de ter respeito e me tratar bem. E acima de tudo, aceitar diferenças, com uma pontinha de admiração. E nesse momento, é uma sensação muito boa. Uma sensação de poder me respeitar eu mesma, antes de tudo. Porque existem momentos egoistas na vida, e necessários. Não, nem perto de apaixonada, nada disso. Acho que calma, já há algum tempo. Uma momento simpático.

sexta-feira, maio 06, 2005

Espontaneamente.

Não é a primeira vez que eu ME atropelo. Eu quero muito uma coisa, eu tento. Mas tem coisas que tem que se esperar, não adianta forçar a barra, e quando eu estiver pronta, acho que elas tendem a vir. Espero que seja assim. Por isso, não adianta ser impaciente, não adianta me concentrar, tem que ser natural, tem que ser no momento que for. E não adianta sair correndo. RESPIRANDO.....

segunda-feira, maio 02, 2005

intimidade.

Um dia eu idealizei uma coisa. Ficou lá, num pedestal, um certo tempo. E agora eu consigo reabrir meus olhos, e ter um momento de clareza e racionalidade. Não, não foi fácil chegar aqui. Muito pelo contrário. E mesmo agora, a sensação não é boa. Uma certa tristeza, um certo vazio. Essa percepção que eu tive, eu já sabia. Mas eu fui e sou demasiado teimosa para acreditar. E agora, tantas questões se colocam. Primeira delas, meu pequeno sonho, foi-se. E é exatamente isso que me deixa triste, a decepção. Como sempre, expectativas. Mas se não tivermos expectativas, seria possível sonhos da mesma forma ? Qual exatamente a relação de sonhos com expectativas ? Quão necessário são sonhos em nossas vidas ? Quão perto do real devemos nos manter ? Quão longe podemos ir ?
Eu achava que era bom se manter o mais próximo possível do real. Mas nesse momento, estando próxima do real, talvez eu quisesse manter meus sonhos, ao invés de acordar. Ou talvez seja somente o processo de destruição de uma expectativa/sonho que seja doloroso e triste. Ou talvez ainda, a decepção comigo mesma, por ter sido teimosa, ou apaixonada ao invés de enxergar. É delicado. Momento muito meu.

domingo, maio 01, 2005

texto antigo.

Teclado molhado. É inevitável que elas escorram do meu rosto em direção à ele. Num caminho sinuoso, saindo dos meus olhos, passeando pela minha pele. Essa tristeza toda, não sei de onde veio. Mas está aqui, muito presente. As coisas são meio insignificantes, nada me afeta muito. O mundo passa e acontece e eu aqui, não consigo me mover. Meus sentimentos são minhas próprias correntes.
Sensível, tão sensível e frágil eu me sinto. Esse mundo todo, não me entende. Acho que eu devo pertencer a uma categoria diferente, das outras pessoas. A intensidade pra mim, é sempre perto do insuportável. Qualquer sentimento me fere, bom ou ruim, pelo excesso. É como se o Grand Canyon estivesse me engolindo. Essa é a proporção. Muitas vezes eu não sei lidar com tudo isso, toda essa surtação. Sim, talvez eu fosse considerada maluca em algum lugar. Só me vejo diferente, é isso.
Mas eu me perco, porque as coisas são reais. E onde eu estou agora, talvez não, talvez seja muito pessoal para fazer parte do senso comum. Nesse lugar, eu me permito; ir aonde na realidade eu não vou; ousar; me desafiar. Aqui sim, eu me sinto em casa.
Não entendo porque a sociedade condena esse lugar que eu estou. Nunca me senti tão livre, tão bem. Será que nenhum de vocês, pessoas comuns, algum dia sonhou com essa emoção, o fim dos paradigmas ?! Acho que vocês se castram. Eu não. Preferi outro caminho.
E no fim, porque o meu real não pode ser real ?!